sexta-feira, 5 de março de 2010

Relações homoafetivas

Minha experiência quanto ao assunto está na convivência com uma funcionária que estava ligada a minha gerência na época. Uma jovem com seus 19 anos, retraída e pouco feminina, de aparência até meio triste, que vim a entender somente depois de conhecer sua realidade: ela se interessava por meninas! Escondia o assunto de toda a equipe, até que se sentiu mais segura com um rapaz que dividia com ela gostos musicais. Em paralelo, o amor bateu em sua porta, interessando-se por uma colega da sua turma de amigos. A amiga, ao perceber o fato, tratou de deixar claro que gostava de meninos. Pelo que sei, a amizade seguiu de forma mais reservada.
Na mesma equipe havia um rapaz, também homossexual, mas assumido completamente. Percebi os distintos universos na minha frente e me vi numa situação em que ambos me procuraram para pedir orientação sobre a vida pessoal e seus relacionamentos. Lembro quando a jovem veio me falar da sua primeira experiência homoafetiva vivida e do prazer que sentiu. Não foi fácil pra mim, mas me sentia meio mãe deles, que, abandonados ou ignorados pelas famílias, não tinham muito com quem falar sobre o assunto.
Hoje, com duas filhas, lembro deles e penso se estou preparada para viver isso algum dia. Só sei que, quando se fala em homossexuais, união homoafetiva, ou outro termo, pode-se dizer que aqui no Brasil é sempre muito polêmico. Todos os assuntos inerentes ao caso são sempre permeados de muita curiosidade, para não dizer inquietações e tabus por parte da sociedade, de todos nós.
Além disso, atualmente, aqui no Brasil, o relacionamento homoafetivo é fato social e a aceitação a esse tipo de relação está crescendo muito. Até o Poder Judiciário tem se preparado para tratar do assunto. Encontrei várias informações sobre o assunto no link http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=RELACIONAMENTO+HOMOAFETIVO&s=jurisprudencia. Trata de questões como o destino dos bens de casais homossexuais em união estável quando um dos parceiros morre; os direitos do parceiro que permanece vivo; o direito a pensão; a partilha dos bens; a proteção aos terceiros de boa fé nos negócios jurídicos que envolvem parceiros homossexuais, como a venda de um imóvel. Todas impõem respostas legais.
Estou convencida de que o princípio à dignidade da pessoa humana, o princípio da igualdade e da liberdade devem ser cultivados por todos nós. Num mundo onde tantas descobertas são feitas a cada instante, fica difícil limitar a natureza humana a não explorar e descobrir novas relações interpessoais.
Envie pra gente suas experiências e impressões sobre o assunto.

Por: Hilda Lima Guerra – Química – São Paulo/SP

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