sexta-feira, 5 de março de 2010

Cadê a receita?

Certa vez, ouvi uma frase que dizia: “Gente boa precisa de ajuda”. E precisamos mesmo! Não nascemos com manual de instrução pra conduzir nossas vidas, apenas vamos agindo conforme as escolhas que fazemos e o que elegemos como prioridades.
Fazer parte de uma família, constituir ou desejar ter uma não é tarefa fácil, e nem ao menos há receita de bolo. Também, se tivesse receita, seria sem graça, pois a graça está justamente na diferença de cada família, de cada pessoa. Assim faltaria assunto para os fofoqueiros de plantão que adoram “espiar” a vida alheia.
Sempre considerei que conduzir bem uma família era lutar em busca do sucesso financeiro e da almejada solidez, mas foi o excesso de trabalho que antecipou o nascimento da minha filha mais nova. Também foi esse um dos motivos que contribuíram para o fim do meu casamento: excesso de trabalho, estresse, pressão alta... coisas que acompanham a tal corrida em busca do “dindim” nosso de cada dia, que muitas vezes não vem na hora, nem na forma e nem em consequência de nosso trabalho duro.
Ora! Longe de querer dizer que temos que ficar de braços cruzados esperando que o dinheiro nasça em nosso quintal – até porque moro em apartamento e nem quintal tem –, é hipocrisia achar que dinheiro não é bom. É muito bom, torna a vida melhor, mais fácil e mais divertida.
O que estou querendo dizer é que precisamos organizar nossas vidas de forma a viver bem e usufruir de tudo o que for possível; descobrir e dar valor às pessoas realmente importantes, às tarefas de valor agregado e aos pensamentos bons e prósperos que precisamos ter para que isso tudo reflita numa vida mais saudável. Refiro-me à qualidade do tempo que precisa ser investido.
O tempo passa e vai passar, estejamos nós no piloto automático, fazendo coisas apenas com a presença do corpo e não do espírito, ou vivendo e valorizando as pessoas que amamos e a rotina que temos. Produzo muito melhor quando estou feliz, aumenta minha capacidade de ação e de comando sobre a minha própria vida.
Percebi que perdia muito tempo com coisas que poderiam ir parar facilmente numa lixeira, percebi que estava investindo mal no que tenho de mais precioso, que é a minha vida. Comecei a ver minha vida como um grande projeto, o mais importante que já desenvolvi, e, no entanto, esse grande e importante projeto teve sua estrutura abalada com a separação, em que, tanto eu quanto meu ex-marido, fomos responsáveis pela sua falência múltipla. O casamento não deu pra salvar, foram muitos os desgastes, mas agora tenho em mãos o projeto revisado que tem por missão criar e educar minhas filhas e estabelecer uma nova relação amorosa. Viver é degustar a vida e a vida não é feita exclusivamente de momentos bons. Mas eles existem, graças a Deus!
Já disse que não há receita alguma, nem quero me propor a tal feito. Tenho minhas próprias neuras e vocês, com certeza, tantas outras. No entanto, sinto-me mais fortalecida com tudo isso e elejo minha capacidade de reflexão e ação como as maiores responsáveis por isso. Aprendi a ouvir mais, a observar mais, a falar menos e a agir rápido; tomei o controle da situação depois que decidi: EU POSSO! Esse passo foi muito importante na mudança de hábitos e atitudes.
Hoje, programo meu dia incluindo na agenda trabalho, família e eu, claro. SOU HUMANA. No final de cada semana analiso o que agendei fazer, pois registro tudo na minha agenda: se fiz as unhas, se assisti a uma apresentação das crianças na escola, se saí com minhas amigas... tudo, para que possa analisar o quanto investi nas pessoas que amo e, claro, como fui produtiva profissionalmente. Afinal preciso pagar as contas. Me surpreendo com a maximização do aproveitamento do tempo que conquistei e posso firmemente atestar: FUNCIONA MESMO!
Então, faço um convite pra você contribuir com muito gosto e afeto para este canal, relatando como anda sua relação familiar e o que você tem feito para conciliar a vida profissional, pessoal e familiar.

Por: Eugenia Miranda – Empresária – Recife/PE

2 comentários:

  1. Minha vida no contexto familiar está péssima. Passo a maior parte do meu dia fora de casa e fico arrumando coisa pra fazer. Não consigo curtir meu filho e me irrito facilmente com suas birras. Depois que li o artigo irei tentar fazer as coisas diferentes. Como está não pode ficar. Obrigada.
    Celinha Lapa

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  2. Meu mardo tem uma filha do primeiro casamento e minha relação com ela não é muito legal, gostaria de saber como lidar com ela.

    Sandra Houdes - Porto Alegre

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