sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sou árbitra de futebol com muito orgulho

O Futebol é a modalidade esportiva mais popular do mundo. Aqui no Brasil é uma paixão nacional. Foi trazido por Charles Miller em 1894. Apesar de fazer tanto tempo que chegou ao país, o futebol foi difundido com maior intensidade pela ala masculina. As mulheres não tinham contato com o esporte, não praticavam ou assistiam.

Mas o tempo foi passando e os obstáculos sendo vencidos. As mulheres começaram a assistir aos jogos, a ir aos estádios, a jogar futebol. Mas faltava uma coisa: apitar um jogo. Saber as regras e ser uma autoridade dentro de campo. Ser árbitra.

O inovaMulher conheceu a árbitra Ana Karina. Uma mulher que não se acovardou diante do preconceito que sofreu, e ainda sofre, por ser uma árbitra de futebol.
Ana foi jogadora de voleibol. Por estar envolvida no mundo esportivo, a migração para o futebol foi fácil. Não se tornou jogadora, preferiu partir para a arbitragem. Em 2002 fez um curso pela Federação Pernambucana de Futebol.

Os primeiros jogos que apitou foram de campeonatos infantis e juvenis.

Hoje apita jogos amadores e da série A2, ou seja, a segunda divisão do Campeonato Pernambucano. Na serie A, na primeira divisão do campeonato, trabalha como quarto árbitro. E busca o índice masculino para apitar jogos nacionais e, no futuro, jogos internacionais. Mas garante que ainda há preconceito e isso atrapalha seu desenvolvimento profissional: “Existe mais preconceito no estadual, a nível nacional, não. Há times que pedem que as mulheres apitem os jogos, pois conhecem e valorizam o trabalho. Mas existem aqueles que não querem mulheres apitando”.

Ana reclama que não há justiça em relação aos pagamentos dos árbitros: “Há uma disparidade muito grande. As taxas de arbitragens não são iguais. Um jogo da Copa do Brasil masculino é completamente diferente da Copa do Brasil feminino. Eu luto para conseguir o índice masculino e ter os mesmos direitos”. Ana diz que fazer parte da arbitragem é não ter feriado, fim de semana.

É um sacrifício que se faz, mas que vale a pena.

O inovaMulher assistiu a uma partida apitada por Ana Karina e percebeu que a árbitra é super vaidosa. E ela confessou: “Não entro em campo sem maquiagem nunca, impossível”.

Colaboradora: Ana Karina - Árbitra

Um comentário:

  1. Joana Pires Becker - BH4 de julho de 2010 às 17:14

    Não deve ser fácil certas profissões. Acho muito importante conhecer mulheres que buscam seus espaços num universo muitas vezes pouo explorado.

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