Quando casei, já não acreditava que seria pra sempre, preferi usar a frase “que seja eterno enquanto dure”. Há dez anos, quando assumi o casamento como compromisso perante Cristo e perante a justiça, sabia que não seria fácil, o pior é que não há manual ensinando como conduzir um casamento e, as vezes que procurei ajuda para tentar entender como melhor agir, o que mais ouvi foi: “É preciso ter muita paciência e fazer vista grossa pra um monte de coisas”.
Vocês também já devem ter ouvido isso de alguém, já ouvi essa frase até na fala de um pastor. Todo mundo nos pede paciência e vista grossa para manter casamento de anos, mas só Deus deve realmente saber o que se passa na vida de um casal, mas eu resolvi contar a minha experiência e tentar deixar sugestões do que atrapalha a manutenção desse relacionamento, ou seja, coisas que devem ser combatidas.
É verdade que meu casamento foi abalado, ruído e esfacelado pelas armadilhas da difícil tarefa de manter a harmonia da vida a dois, se falarmos em filhos, a vida passa a ser a três, a quatro...
Sem maiores pretensões, penso que se as pessoas se relacionarem melhor, terão não só a chance de reduzir o número de divórcios, mas também de serem casais e famílias mais felizes, pois passei a ver muita tristeza nos olhos das pessoas dentro de inúmeras famílias.
O pior é que às vezes, esta tristeza ou falta de ânimo, se confunde com a rotina. Faça esta experiência e olhe mais nos olhos das pessoas que passam por você, poucas tem brilho nos olhos, algumas parecem carregar um peso imenso, e posso falar disso com propriedade, pois era assim que me sentia dentro do meu casamento.
Para compensar a minha insatisfação por estar dentro de uma relação sem demonstração de carinho ou valorização, mergulhei profundamente no meu trabalho, onde me sentia reconhecida e forte, e passei a tratar meu ex-marido com a mesma indiferença que ele passara a me tratar. Dedicava-me às minhas filhas com toda minha força e alegria e, embora tentasse buscar respostas para toda aquela situação com meu companheiro, a nossa relação já estava destruída pela falta de cuidado e respeito.
Bem, resolvi não contabilizar perdas e sim, analisar o meu fracasso e investir em mim para uma próxima relação, afinal, a vida continua e eu quero ser feliz.
Percebi que os maiores desgastes surgiram dos problemas rotineiros, pequenas cobranças, que, dependendo da situação, viraram grandes problemas, coisas que pedimos para serem consertadas na casa e são vistas pelos nossos maridos como cobranças e mais cobranças, além disso, muitos deles não conseguem atender nossos “pedidos” com brevidade e aí a cobrança vai virar ladainha e motivos de brigas, com certeza.
Sugiro que você contrate alguém para realizar o serviço, não peça nada ao seu marido, se ele vir algo a ser feito e quiser fazer, ótimo, caso contrário, terceirize o serviço e será mais rápido e muito mais barato que pagar advogado num processo de separação. Lembrem-se: os homens odeiam ser cobrados e nós, mulheres, adoramos cobrar, essa combinação destruidora é uma verdadeira bomba para o relacionamento.
Manter a individualidade do casal - mesmo tendo ouvido que no casamento os dois passam a ser um só, isso não serve pra todas as situações. Tanto homens, quanto mulheres necessitam ter sua individualidade dentro de uma relação onde o respeito é a base de tudo. A individualidade não é criar um espaço para a traição, pelo contrário, é o teste do respeito na relação, pois não vale a pena ficar ligado a alguém que não te respeita. Tenha seus próprios amigos, saia pra conversar, cuide-se, crie tempo para fazer o que você gosta: ginástica, aulas de dança, cinema, fazer as unhas, retocar a raiz dos cabelos. É preciso investir em si, o outro só é capaz de enxergar quem está brilhando.
Outro ponto que acho crucial para o desgaste de um casamento é a educação dos filhos. Nós, mulheres, com raríssimas exceções, quando nos tornamos mães, ficamos possessivas demais e acreditamos que só nós somos capazes de criar e cuidar dos nossos filhos. Os homens, por sua vez, se acomodam facilmente a esta situação, deixando que a mulher cuide de tudo. A chegada dos filhos traz uma nova proposta de vida a dois e se não for bem trabalhada por ambas as partes, com ajuda e atenção mútua, o casamento desanda.
Acreditem na minha experiência, minha relação com meu ex-marido começou a desandar com a chegada da maternidade, é muito fácil cairmos nessa armadilha, principalmente, se trabalhamos fora. Passamos a dedicar o tempo livre para os filhos e a deixar para segundo plano todo resto, inclusive a relação com o marido. Por sua vez, o homem, ou a maioria deles, busca fugas atrás de atenção e de prazer.
Mas o que considero fundamental para se manter um casamento FELIZ é o respeito e o cuidado que ambos tem que ter por si e pelo outro e, mesmo que possamos buscar um recomeço em meio a um fracasso, é importante querer que a relação dê certo pra que ela tenha chance.
Por: Eugenia Miranda
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