segunda-feira, 28 de junho de 2010

Um Problema Chamado Vigorexia

Praticar atividade física faz bem para a saúde. Isso, nós já sabemos. Se praticamos ou não, já é outra história. Só que existem pessoas que se exercitam além da conta. Passam de quatro a cinco horas em uma academia. Essa fixação em malhar, sem se preocupar se faz bem ou não, tem nome: vigorexia.

Essa síndrome faz com que as pessoas malhem desenfreadamente, sem levar em consideração o tipo e o volume de treinamento e, mesmo tendo um corpo forte e modelado, ao se olharem no espelho, elas se sentem fracas. É um tipo de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), semelhante à anorexia, onde mesmo magras, as pessoas se enxergam gordas.

O inovaMulher conversou sobre o assunto com Enoque Tavares, Professor da Academia Life. Ele é formado pela Escola Superior de Educação Física da Universidade de Pernambuco e Pós-graduado em reabilitação cardíaca. Enoque explica que, em média, uma aula de musculação dura uma hora. Nessa hora, a pessoa pratica de 10 a 15 minutos de treinamento aeróbico, que é o treino de esteira ou bicicleta, e de 45 a 50 minutos de musculação. Isso permite que a pessoa tenha uma boa recuperação fisiológica e o músculo não tenha o crescimento comprometido: “Se você fizer um treino muito intenso de musculação e um treino muito forte de esteira ou outro ergômetro, eles serão treinamentos concorrentes. Isso faz com que a resposta fisiológica de crescimento do músculo possa ser retardada, e você pode não ter uma resposta a médio prazo”.

Enoque já teve uma aluna que sofria de vigorexia: “A pessoa fazia uma hora de esteira, uma hora de musculação e voltavam para a esteira por mais uma hora. Três horas de exercício por dia”. E acrescenta: “Por exemplo, se uma pessoa começa a dirigir um carro e não faz revisão, um dia, ele quebra. A mesma coisa é com o corpo humano, se a pessoa fizer treinamentos fortes todos os dias e não deixar o corpo se recuperar, ele adoece”.

Além da compulsão por se exercitar, a pessoa com vigorexia apresenta sintomas como: insônia, irritabilidade, perda de peso, falta de apetite, depressão e dores musculares. Caso você conheça alguém que esteja apresentando características dessa síndrome, Enoque aconselha: “Faça um intervenção direta, converse com a pessoa e tente passar o maior número de informações possível sobre a vigorexia. Há muito material, livros e matérias sobre o assunto. Porque se você chegar para a pessoa, sem conhecer um pouco do problema, ela vai achar que você não tem propriedade para falar sobre o assunto”. E finaliza: “Na cabeça dela, o exercício só faz bem. Independente de quanto ou como ela vai fazer”.

Um comentário:

  1. Não conhecia sobre a Vigorexia, achei muito interessante.

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